domingo, 2 de agosto de 2009

A Jornada – Semana 12

“ESPELHO, ESPELHO…”


QUEM É VOCÊ?

“Quem sou eu? Depende de quem pergunta. Alguns vêem nada mais do que um monstro sem opinião, um egoísta, uma aberração da natureza a ser temida e a ter pena. Outros vêem um homem guiado por um propósito singular. Quem sou eu? Quando eu paro em baixo dessa luz quente e olho no espelho, vejo um monstro e um homem. Mas eu também vejo um intimidado garoto gordo. Um filho olhando para o seu velho. Um jovem em busca de um caminho. Eu achei aquele caminho e logo saberei o quanto distante eu fui e em quem eu me tornarei.”

FERRAMENTAS DO NEGÓCIO


Um mineiro confia na sua pá e picareta. Um carpinteiro tem o seu martelo e pregos. Um mecânico conta com as suas chaves. São as ferramentas do negócio, irmãos… Ferramentas do negócio. Neste ramo de negócio, não é diferente. Eu faço um trabalho manual com essas mãos. Merda, eu tenho cicatrizes e calos para provar. As ferramentas do meu negócio são básicas. Eu guardo tudo nesta mochila velha e desbotada. Vê este cinto? Tenho usado ele nos últimos 10 anos… Uma década do meu suor, sangue e trabalho duro está escrita neste pedaço de couro. Estas botas – meu velho… Com elas não há nada que eu não possa superar. Este espelho atrás de mim? Não está lá para olhar. É outra ferramenta essencial, mas não está lá para satisfazer um ego insaciável. Narcisismo… Merda, este esporte tem o bastante disso. Não precisa de mais. O espelho está ali para criticar justamente quando eu penso que já cheguei ao topo. Ele fala a verdade e nunca hesita. É o meu juiz e júri. Escute, neste negócio, neste grande trabalho, você precisa martelar até o último prego… Tem que destruir as pedras e esculpir profundamente até que possa chegar ao puro minério debaixo da terra… Porque quando tudo estiver pronto e for a sua hora de brilhar, quando o veredicto estiver próximo, você sabe que tudo isto terá valido a pena. Levante. Sinta-se orgulhoso. Trabalhe…

“QUEM É O JUSTO…”


Entre eles todos? Não sei. A sociedade tem as suas próprias idéias sobre a beleza e quando você não se encaixa nesse modelo, quando você não pode corresponder a estas expectativas, bem, então você está fudido. Eles certamente não vêem conformidade ou rotina. Merda, eles vêem o grotesco. Eu sou uma estaca redonda que eles querem ajustar a um buraco quadrado… Isso nunca vai acontecer. Não deixe que aconteça. Veja, eu tive esta visão de quem e o que eu vou ser… Um bodybuilder. Sim, isso mesmo, um bodybuilder. Há algo bonito sobre esta luta, a disciplina, a pureza do meu desejo. Escute, eu vejo o bodybuilder como um artista. Em vez de mármore, ele trabalha com músculos. Em vez de um cinzel (instrumento utilizado na confecção de esculturas), ele trabalha com ferro. Quando eu olho no espelho, não é por causa da vaidade – é porque estou aperfeiçoando algo que não está além de mim, mas é uma parte de mim. Eu sou o artista. Eu sou o mármore. Esta busca irá me aperfeiçoar.

REFLEXÃO


A habilidade de pensar, a razão e a reflexão… Obviamente é isso que nos separa dos animais. No entanto, a linha de separação é fina, e estamos sempre na margem, prontos para cair na porra do precipício. Merda, na academia esta linha pode ter milhas de largura. É irônico que, naquilo que deveria ser o nosso elemento natural, há muita civilidade… Nós hesitamos. Nós somos tímidos. Temos sido domesticados. Nós não pressionamos o ferro por impulso. Nós estamos com medo da dor. Na natureza, mesmo os animais aprendem rapidamente a evitar as coisas que vão causar dor. Como bodybuilders, devemos desaprender muito, e ao mesmo tempo, aprender a não temer o nosso lado animal. Mesmo assim nunca poderemos esquecer o que nos torna humanos. Devemos perceber que estamos sendo nós mesmos, que escolhemos suportar a dor de livre vontade. Cada criatura fará o que for preciso para sobreviver, mas você cortaria fora a sua própria perna se fosse capturado em uma armadilha para que pudesse viver? Poderia suportar isso? Para mim, o bodybuilding é assim. Você tem que estar disposto a fazer o que for preciso… Não apenas para viver ou para conseguir comida – mas para sobreviver, para prosperar, ter sucesso e progredir. Ouça, quando se trata de lidar com as pessoas, muitas vezes temos de ser civil. Civilidade, respeito, e todas as outras merdas, essa é a cola que mantém a sociedade unida. Mas quando se trata do nosso relacionamento dentro da sociedade de ferro, lembrem irmãos, deixe isso tudo de fora… Ou você só poderia acabar do lado errado da lei da natureza. Reflita sobre isso.

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