sábado, 22 de agosto de 2009

Anabolizantes e Fisiculturismo

Primeiramente quero deixar claro que NÃO SOU A FAVOR DE NENHUMA FORMA DE DOPING. É muito comum escutar pessoas dizendo que atletas de fisiculturismo só são grandes devido a uso de anabolizantes, uma pessoa só se transforma em fisiculturistas com o uso de anabolizantes, que é impossível adquirirem um corpo musculoso sem o uso de anabolizantes, etc.

Pobre coitado de quem imagina que um campeão de fisiculturismo é formado “apenas” pelos esteróides anabólicos (não vamos discutir se eles usam ou não anabolizantes, não estou aqui para acusar nem defender ninguém).

O que muitas pessoas esquecem é da quantidade de comida que esses gigantes consomem, da alimentação saudável e balanceada desses atletas, da privação de comidas de valores nutricionais pobres (consideradas pela maior parte da sociedade como as mais saborosas), dos treinos intensos, da disciplina, etc...

Do que adiantaria usar anabolizantes e não comer nem treinar direito, sem nenhuma disciplina. È por isso que vemos cada vez mais adolescentes e até mesmo adultos inconseqüentes se entupindo de anabolizantes e nunca chegando ao objetivo desejado (ter muito músculo e pouca gordura).

Ora senhores, é muita hipocrisia e demagogia dizer que um campeão de fisiculturismo se faz a partir (ou apenas) de anabolizantes, não acham?

Para entendermos melhor o assunto devemos entender o que é doping. Doping nada mais é do que o uso de substâncias ou métodos proibidos com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo.

Pensando assim, será justo nadadores usarem roupas de alta tecnologia para melhorarem seus desempenhos em provas de natação? Será justo algumas equipes de formula 1 usar difusores diferenciados para melhorarem os desempenhos de seus carros?

Muitos devem pensar que sim, principalmente porque muitos desses “acessórios” são permitidos pelas federações. Porém fica claro que quem tem mais dinheiro para a pratica do esporte têm muito mais chance de alcançar o pódio do que os atletas com menor condição financeira.

O controle da dopagem é feito por urina e sangue,tanto em períodos competitivos quanto fora deste período. Temos como doping vários métodos, como doping sanguíneo, doping genético, carregadores de oxigênios, manipulação por remédios, entre outras. Dentre as substâncias mais utilizadas como doping estão os estimulantes, diuréticos, anabolizantes, entre outros.

Outro aspecto interessante é esse preconceito com relação aos atletas de fisiculturismo. Muitas pessoas se esquecem por exemplo de casos como os dos corredores Ben Johnson e Carl Lewis, da nadadora Rebeca Gusmão (acusada de uso de anabolizantes recentemente), entre muitos outros atletas. Será que alguém ainda acredita verdadeiramente que anabolizantes são utilizados apenas por fisiculturistas?

A verdade é que o objetivo de alguns atletas de alto nível é única e exclusivamente a vitória, e que muitos deles fariam qualquer coisa por este objetivo. Muitos técnicos, preparadores físicos e médicos dão suporte para que estes atletas alcancem seus objetivos.

A industria do doping gera muito dinheiro, tanto com a comercialização dos produtos para o doping quanto com as maneiras de se mascarar e diagnosticar o uso dos mesmos. Então senhores, será mesmo que os fisiculturistas são os únicos a usarem produtos ilícitos com o intuito de maximizar seus resultados, ou será que já existe uma crucificação por parte da mídia quanto aos fisiculturistas?

Porém existe o outro lado da história também. Muitos fisiculturistas infelizmente abusam do uso de esteróides e acabam se envolvendo em escândalos, tendo alguns atletas até mesmo chagado ao óbito.

Infelizmente alguns praticantes de musculação, ao invés de associar o uso de anabolizantes com patologias ou riscos de morte, associam o seu uso com atletas de fisiculturismo, com seus corpos, etc., fazendo assim uso de anabolizantes para a estética.

Pior ainda são os absurdos vistos por estes usuários inconseqüentes, como ciclos gigantescos, sem nenhum acompanhamento, sem uma alimentação correta, sem um treino correto, e muito mais.

O Pior é compararmos por exemplo um praticante de musculação, que procura apenas ter um corpo “bonitinho” para desfilar em raves e praias com atletas de alto nível que buscam o Maximo em seu desempenho esportivo. Já pensaram nisso?

Muitos profissionais preferem “lavar as mãos” quando um aluno o procura dizendo que ira fazer uso de anabolizantes.

Não sou a favor de um professor de musculação montar um ciclo de anabolizantes para seus alunos, mas sou a favor de que este professor esclareça quanto ao uso de anabólicos.

A verdade é que se o professor não ajudar este aluno de alguma maneira, ele ira buscar ajuda com algum colega de treino que já tenha usado, ou até mesmo com alguém que venda anabolizantes, e ai caros amigos, o estrago com certeza será muito maior.

Todos nós sabemos que anabolizante é doping, que sua comercialização é crime, que faz mal, porém sabemos que seu uso existe, não apenas por fisiculturistas, mas sim por atletas que buscam a vitória a qualquer custo, além de pessoas que querem uma melhora na estética.

Como diz o ditado “se conselho fosse bom não se dava, se vendia”, então peço apenas que ao tomarem a decisão de usarem anabolizantes, meçam as conseqüências de seus atos, o custo beneficio desse ato.

Será que realmente vale a pena arriscar a saúde, como uma possível hipertensão, câncer de próstata, impotência, hepatite medicamentosa, entre outras patologias, para simplesmente ter um corpo “mais musculoso”, e pior ainda, sabendo que existe a possibilidade de se conseguir este mesmo resultado sem o uso de anabolizantes, apenas com uma alimentação correta e uma disciplina na hora de treinar?

Cuidado pois muitas vezes uma decisão errada não tem mais volta.

Um grande abraço

Prof. Mestrando Gustavo Barquilha
Instituto de ciências da atividade física e esporte – Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul)
Preparador físico do Bauru in line Hockey

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